quinta-feira, 25 de junho de 2009

CULTOS AFRO-BRASILEIROS !!!

O culto a Iemanjá, "rainha do mar"na tradição afro-brasileira, transformou-se em festa popular na noite de ano-novo.



O culto afro-brasileiro acompanha, sob as várias formas que suas diferentes origens determinaram, quase toda a história do Brasil. Com a proibição de práticas religiosas pelos senhores e o conseqüente sincretismo dos deuses dos escravos com os santos católicos, cresceu a complexidade do fenômeno.
O I Congresso Afro-Brasileiro, realizado em Recife em 1934 por iniciativa de Gilberto Freire, permitiu um primeiro levantamento sistematizado da influência negra no Brasil. Em vista das origens diversas dos escravos e do sincretismo entre os próprios grupos negros que aqui se formaram, sempre foi tarefa muito complexa uma geografia e uma sociografia dos cultos afro-brasileiros. Esse problema cresceu ainda mais com a disseminação desses cultos nos grandes centros urbanos, o que propiciou o aparecimento de novas formas de sincretismo, também com o espiritismo kardecista.
Em 1941 realizou-se no Rio de Janeiro o I Congresso de Espiritismo de Umbanda. A partir de 1950, acelerou-se o crescimento do número de adeptos e de terreiros dos cultos afro-brasileiros. A Congregação Espírita Umbandista do Brasil (1950), a União Nacional de Cultos Afro-Brasileiros (1952) e outras instituições nacionais e regionais coordenam e defendem os interesses de seus fiéis. Inicialmente restritos aos escravos e seus descendentes, os cultos afro-brasileiros, especialmente a umbanda, ganharam adeptos da classe média urbana.
O candomblé das diversas "nações" africanas é a religião afro-brasileira que mais fielmente preserva as tradições dos antepassados e a menos permeável às transformações sincréticas, embora cultue secundariamente entidades assimiladas, como os caboclos e os pretos velhos. Predomina na Bahia e tem muitos seguidores no Rio de Janeiro. A umbanda é francamente sincrética com o cristianismo e o espiritismo kardecista. Os subúrbios do Rio de Janeiro possuem grande quantidade de terreiros ou barracões de umbanda. O culto afro-brasileiro toma o nome de pajelança na Amazônia, babacuê no Pará, tambor-de-mina no Maranhão, xangô em Alagoas, Pernambuco e Paraíba e batuque no Rio Grande do Sul.

CANDOMBLÉ. Paradigma dos cultos de origem africana em todo o país, o ritual do candomblé pode ser considerado, do ponto de vista musical, um oratório dançado. Cada entidade -- orixá, exu ou erê -- tem suas cantigas e suas danças específicas. O canto é puxado, em solo, pelo pai ou mãe-de-santo e é seguido por um coro em uníssono, formado pelos filhos-de-santo. Nas melodias mais antigas a escala é pentatônica. Não há funções tonais nem cadenciais, acordes dissonantes ou artificiais. Da cerimônia participam três instrumentos básicos: os atabaques, o agogô e o piano-de-cuia (aguê); a estes se acrescentam um adjá (no candomblé das nações do grupo jeje-nagô) e um caxixi (nos ritos do grupo angola-congo).
Tal como se encontra na Bahia, esse candomblé, que pode ser considerado mais ou menos ortodoxo, na realidade já se apresenta como um resumo de várias religiões trazidas pelos negros da África e incorpora ainda elementos ameríndios, do catolicismo popular e do espiritismo.

XANGÔ. Ainda que com características próprias, o xangô é a versão local, em Pernambuco, Paraíba e Alagoas, do candomblé baiano. Xangô é também a denominação, em língua africana, do orixá jeje-nagô das tempestades, raios e trovões, cultuados em vários estados do Brasil. O ritmo do xangô é fortemente marcado por instrumentos percussivos. A dança se caracteriza pelo aspecto guerreiro, com os braços em ângulo reto e as mãos viradas para cima.
TAMBOR-DE-MINA. Manifestação própria do Maranhão, cuja procedência é o ritual angola-congo do candomblé, mesclado a outras sobrevivências litúrgicas, o tambor-de-mina ou tambor-de-crioulo caracteriza-se por uma série de cantos acompanhados por três tambores, uma cabaça e um triângulo de ferro.

CANDOMBLÉ-DE-CABOCLO. Manifestação própria da cidade de Salvador e municípios vizinhos, na Bahia, o candomblé-de-caboclo é uma espécie de candomblé nacionalizado, que toma por base a ortodoxia do candomblé jeje-nagô. Trata-se de exemplo nítido do sincretismo religioso popular no Brasil. Registram-se nele influências indígenas e mestiças, resumindo-se os hinos especiais de cada encantado ou caboclo, cantados em português, a uma declaração de seus poderes sobrenaturais.

BABAÇUÊ. Versão local, em Belém PA, do rito jeje-nagô do candomblé baiano, o babaçuê se assemelha em muitos pontos ao candomblé-de-caboclo. Canta-se e dança-se ao ritmo de três abadãs (tambores), um xequeré (cabaça) e um xeque (chocalho de folha-de-flandres). Os hinos denominam-se doutrinas e podem ser cantados em língua africana ou em português, segundo os espíritos com que se relacionam. Uma variedade desse rito, o batuque, tem suplantado o babaçuê nos dias atuais.

UMBANDA. Religião sincrética própria do estado do Rio de Janeiro, a umbanda é praticada em terreiros encabeçados por um pai ou mãe-de-santo, que preside às cerimônias, auxiliado por um cambono (acólito). Os cânticos denominam-se pontos e, como no candomblé, têm a função de chamar o santo, que se incorpora nos filhos-de-santo, ou cavalos. Correspondentes às nações do candomblé, as linhas de umbanda são diversas: linha do Congo, linha do Cabinda, linha da Costa. Como no candomblé, os orixás se comunicam diretamente com as pessoas em poucas oportunidades; preferem fazê-lo por intermédio de entidades intermediárias, os pretos velhos.

PAJELANÇA. No caso da pajelança (Amazonas, Pará, Piauí, Maranhão), o elemento gerador é genuinamente ameríndio. As curas são levadas a efeito pelos pajés, verdadeiros xamãs indígenas. O instrumento básico de pajelança é o maracá, instrumento sagrado do pajé. As cerimônias acompanham-se sempre de cantos e danças para divertir os espíritos. Os cantos são melodias folclóricas conhecidas; as danças, exercícios mímicos, com rugidos e uivos imitativos dos animais invocados. Há inúmeras diferenças rituais entre uma pajelança e outra, sendo mais característica entre as rurais a pureza dos traços ameríndios, enquanto nas urbanas se registra uma mescla de elementos afróides, do catimbó, do espiritismo e do baixo catolicismo. Uma versão da pajelança amazônica é a encanteria ou encantaria piauiense, fortemente aculturada com o catolicismo popular. Na encantaria, os crentes repetem várias vezes certa quadra rogatória de purificação, após o que o pai-de-santo dança em volta da guna (forquilha central da sala), no centro de um círculo formado por todos os dançantes, que giram sobre si mesmos da direita para a esquerda, em torno do mestre, que entoa cantos (aié) para que algum moço (espírito) se aposse de seu aparelho (filho ou filha-de-santo) e cante sua doutrina, dançando em transe.

CATIMBÓ. A origem do catimbó, cuja prática pode ser encontrada em todo o Nordeste, parece ser a magia branca européia, chegada via Portugal, aculturada com elementos negros, ameríndios, do espiritismo e do baixo catolicismo. Nele se registram cantos de linhas, mas sem nenhum instrumento musical nem bailado votivo.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO VELHO !!!




Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, pitando o seu cachimbo, um triste preto velho chorava. De seus “olhos” molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pelas faces e não sei porque contei-as... Foram sete.Na incontida vontade de saber aproximei-me e o interroguei. Fala, meu preto velho, diz ao teu filho por que externas assim uma visível dor?E ele, suavemente respondeu: Estás vendo esta multidão que entra e sai? As lágrimas contadas estão distribuídas a cada uma delas.

A primeira, eu dei a estes indiferentes que aqui vem em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber...

A segunda a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam.

A terceira, distribuí aos maus, aqueles que somente procuram a Umbanda, em busca de vingança, desejando sempre prejudicar a um seu semelhante.

A quarta, aos frios e calculistas que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão.

A quinta, chega suave, tem o riso, o elogio da flor dos lábios mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito: Creio na Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zambi, mas somente se vencerem o meu caso, ou me curarem disso ou daquilo.

A sexta, eu dei aos fúteis que vão de Centro em Centro, não acreditando em nada, buscam aconchegos e conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente.

A sétima, filho, notas como foi grande e como deslisou pesada? Foi a última lágrima, aquela que vive nos “Olhos” de todos os Orixás. Fiz doação dessas aos Médiuns vaidosos, que só aparecem no Centro em dia de festa e faltam as doutrinas. Esquecem, que existem tantos irmãos precisando de caridade e tantas criancinhas precisando de amparo material e espiritual.Assim, filho meu, foi para esses todos, que vistes cair, uma a uma, AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO VELHO!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

OXALUFAN !!!


Orixá mais importante do panteão Africano, responsável pela criação dos seres humanos. Oxalá é o detentor do poder masculino. Foi Rei de Ilú-Ayê, terra dos ancestrais da África.
Todas as representações desse orixá incluem o branco por ser um elemento fundamental nos primordios da criação - massa de ar, massa de água - também usado como símbolo de pureza.
Oxalá é um orixá benevolente, fraterno, calmo, sábio e tolerante. Como pai é bastante cuidadoso e obstinado. Preza pelos princípios morais, é orgulhoso e sedento de feitos gloriosos.
Orixá do equilíbrio positivo do Universo. assim como Exu é o princípio da vida; Oxalá é o princípio da morte que nos levará a outras vidas - fim pacífico de todos os seres humanos.
ÊPA!, ÊPA BABÁ OXALÁ!

OSOGIYAN !!!


Oxaguiã (Òrìsa Ògiyán) é um orixá funfun jovem e guerreiro, carrega arco e flecha, pois pode buscar alimentos na florestas.É com Oxaguiã que se encerra o ciclo das festas de Oxalá com a festa do Pilão de Oxaguiã ( ojó odo)- o dia do pilão.É um orixá relacionado com o sustento do dia a dia, gosta de mesa farta.Seu sustento vem do fundo da terra ou da floresta. Ele detém todas as armas as usa para alcançar seus objetivos, que é dar para quem tem fome e até tomar de quem tem muito e não tem fome..Oxaguiã é o provedor, é o guerreiro da paz. Nunca entra numa batalha para perder, sempre ganha.e
Oxaguian "o moço" na sua forma "guerreira" de Oxalá que carrega uma espada, cheio de vigor e nobreza, seu templo principal é em Ejigbo, onde ostenta o título de Eléèjìgbó, rei de Ejigbo.
ÊPA!, ÊPA BABÁ OXALÁ!

LOGUN EDÉ !!!

Filho de Oxóssi Ibualama e Oxum Yepondá. Criado por Iemanjá (a pedido de Iansã), que o presenteou com muitas riquezas.
É um orixá ambivalente: pode ser educado, bem humorado e refrescante como a água ou sombrio, observador e sério como seus antepassados. Herdou a doçura da mãe e a valentia do pai.
Dança lindamente e sabe disso. É vaidoso, inteligente, sedutor e ciumento. Muito orgulhoso do seu corpo.
Seu culto na África está extinto, mas no Brasil é cultuado como o Príncipe dos Orixás.
LOSSI, LOSSI, LOGUM!

YEMANJÁ !!!

"Mãe das Águas"
"Mãe dos filhos peixe"
"Mãe"
Filha de Olocum.
Iemanjá foi casada com Oxalá com quem teve três filhos: Ogum Exú e Oxóssi.
É a grande mãe: generosa, amável, protetora, intensa. É uma figura extremamente simples.
É a rainha das águas salgadas, a água provocada pelo choro da mãe que sofre pelos filhos que se afastam de seu abrigo.
é o orixá mais cultuado no Brasil.
A relação de Iemanjá com os filhos é carinhosa, mas sem esquecer o conceito de hierarquia e respeito.
"Não há mal que o mar não possa curar,
não há pedido que Iemanjá não possa atender."
ODOYÁ, IEMANJÁ!

OXUM !!!

Filha de Oxalá, deusa do amor e da fecundidade. É a protetora da gravidez ao nascimento.
Rainha das cachoeiras, orixá da riqueza, dona do ouro. Ostenta o título de Ialodê, ou seja, a mais importante mulher da sociedade.
Oxum dá a cada criança uma mãe, mesmo que esta não a tenha gerado.
Vaidosa e encantadora, Oxum é bonita, carinhosa elegante e meiga.
Como mãe é possessiva ao extremo. Por outro lado é sensível e de choro fácil diante da tristeza do filho.
É dócil e sequiosa de justiça e paz interior.
ORA YÊ, YÊ, Ô !

EWÁ !!!

Deusa dos mistérios e da magia, pois ela mesma mantém em torno de si esta aura. Filha de Nanã e Oxalá, irmã gêmea de Oxumarê. Divindade do canto e encanto. Orixá de rara beleza, Ewá é o firmamento, a névoa, o fim de tarde. É o segredo. Gera as nuvens a chuva.É ela que dá cor aos seres transformando-os em bonitos e vivos. Meiga, carinhosa e amável, mas muito agitada e comunicativa. É um orixá que presa pela liberdade e o respeito pela maravilha que o mundo nos apresenta.
EWÁ RI, RÓ !

OXUMARÊ !!!

Orixá do rito gege, é o arco-íris, é a cobra. É terra e céu.
O mais rico e próspero dos orixás. O único babalaô dos oborós.
Oxumarê é o frescor das águas da chuva e a quentura do solo da terra. É o constante movimento do Ayê para o Orum.
Orixá da prosperidade, fartura, lucro e abundância. É o negociador: o perde e ganha do homem.
Oxumarê também é a beleza das cores; é o arco-íris anunciando boas novas; é a cobra que tem a capacidade de se esticar para dobrar tudo que tem.É dotado de grande capacidade e inteligência.
AHO GBO GBO Y, OXUMARÊ !

OBÁ !!!

Orixá do ciúme, do amor, das paixões com todos os dissabores e sofrimentos que estes sentimentos podem gerar.
Toda energia de suas frustrações, Obá descarrega no trabalho. Sempre guerreira, nunca perdeu uma batalha.
Forte temperamento, terrivelmente ciumenta e carente. É mulher de um homem só; fiel e sofrida. É combativa, impetuosa, e vingativa.
Orixá das águas revoltas. A dança de Obá é também guerreira: ela brande um sabre com uma das mãos e leva um escudo na outra.
Obá é o limite. É o grito de "já não suporto mais."
OBÁ MI, OBÁ SI, OBÁ SIRÊ !

XANGÔ !!!

Orixá do fogo. Foi Rei de Oyó. Poderoso e orgulhoso Xangô enfrentou rivais e brigou com os irmãos para manter-se no trono.
Teve três esposas: Oxum, Iansã e Obá, sendo Iansã a preferida, a mais amada.
Xangô é um Imolé que é descrito como sagrado e divino. Comanda o trovão. É viril e atrevido, violento e justiceiro. É apaixonado, sedutor e sensual.
Orixá agressivo, porém, sua agressividade não é gratuita: ele se volta contra os maus, pois é um paladino da justiça. É o juiz!


KAÔ KABIECILÉ XANGÔ !

IANSÃ !!!

Viva o vento !
Também chamada de Oyá. Divindade dos ventos, das tempestades.
Orixá do relâmpago e do raio. Iansã relaciona-se com todos os elementos da natureza: a água sob forma de chuva; o ar sob forma do vento que derruba árvores.
Oyá é sangue, paixão vida e movimento. É guerreira como seu marido Xangô.
A essência dessa yabá é o fogo e o fogo faz dela uma divindade do sexo e do amor.
É candace e mãe. É o único orixá que não teme os mortos. É inquieta e cheia de iniciativa. Faz-se notar pela garra, coragem e impetuosidade.


EPARREI IANSÃ !

NANÃ !!!



Filha do pássaro Atiorô, da cidade de Ofé.
Grande mãe do Daomé, a mais velha divindade da Religião dos Orixás. Senhora de muitos búzios que simbolizam fecundidade, riqueza e morte.
Orixá da justiça, não tolerando traição, indiscrição nem roubo. Por ser desprovida de beleza exterior, é uma yabá discreta chegando ao ponto de se esconder. São poucos os filhos de Nanã que apresentam características do orixá.
É a mais doce das mães e a mais carinhosa das avós.
SALUBÁ NANÃ BURUKU !

OBALUAYÊ !!!


SILÊNCIO ! O REI ESTÁ CHEGANDO.
Divindade da terra dura, seca e quente. Está ligado ao sol, propicia colheitas e detém a doença e a cura.
Filho de Nanã e Oxalá, criado por Iemanjá quando a mãe o rejeitou. Só amou uma mulher: Oxum que o trocou por Xangô.
É um orixá solitário, das ruas como Exu. É fechado, desprovido de beleza, charme e elegância. Usa um filá de palha da costa que o cobre até a cintura.
É um Rei e como tal, quando tem um objetivo é combativo e obstinado em alcançar suas metas. É perseverante e firme como uma rocha.
É considerado um orixá muito importante e temido.
ATOTÔ OBALUAÊ !

OSSÃE !!!

Orixá do ar livre, das folhas e da medicina. "Sem folhas não há Candomblé, não há Orixá, não há Axé." Portanto, Ossãe é o dono do Axé.
Está ligado a terra na qualidade de senhor da vegetação. É também associado aos pássaros, usa uma coroa com uma ave em cima.
Como pai é sensível, generos e compassivo. Tem um temperamento secreto e imprevisível, ele se esconde: "põe outro na frente porque não gosta de aparecer." Discreto, calado, e faz questão de preservar sua liberdade.
É leve como as folhas e livre como os pássaros!


EWÉ, EWÉ, ASSÁ !


OXOSSÍ !!!

Maior autoridade da nação Ketu. Filho de Iemanjá e Oxalá, é cultuado como Odé que significa "caçador."Casado com Oxum, com quem teve um filho - Logun Edé. Muito unido a Ogum, devendo a este o manuseio das armas e o aprendizado da caça.Oxóssi é o provedor do sustento da família: Um caçador por excelência. Relaciona-se com os animais sem, entretanto adquirir a personalidade destes. Caçador inteligente, ágil, humilde e refinado. De notável beleza, sua dança é considerada a mais bonita do Candomblé. Orixá dos intelectuais, dos artistas. É curioso e observador. Suas relações amorosas são complicadas: é fiel e ciumento. Não se adapta facilmente a vida urbana. Oxóssi como pai é protetor, amável e carinhoso. Ele é Rei !

OKÊ ARÔ !

OGUM !!!

Primeiro filho de Iemanjá e Oxalá. companheiro inseparável da mãe, irmão de Exu e Oxóssi, confiando a este suas armas e os segredos da caça.
Foi casado com Iansã, Oxum e Obá, mas vive só - é o "abre-caminhos."
É considerado o introdutor da agricultura, criando as ferramentas para o cultivo da terra. É o senhor do ferro, patrono dos maquinistas, ferroviário e motoristas, também cultuado como o orixá da civilização tecnológica.
É viril, e corajoso, remove obstáculos, persegue objetivos e triunfa onde qualquer outro teria desistido.
Não há guerra, batalha, nem vitória sem a presença de Ogum.

OGUM IÊ, PATACURI OGUM !

EXÚ!!

Senhor do poder e da transformação. É o primeiro a receber as homenagens e as oferendas. Ao ser tratado com consideração, reage favoravelmente, mostrando-se serviçal e prestativo.
Mensageiro dos mortais para os orixás, é o senhor da vitalidade, vigia as passagens, abre e fecha caminhos; por isso, ajuda a resolver problemas da vida fora de casa e a encontrar meios para progredir, além de proteger contra perigos. É filho de Iemanjá muito afeiçoado a Ogum a quem sempre acompanha nas batalhas.
É o mais humano dos orixás: nem totalmente bom, nem totalmente mau. É apaixonado, esperto, criativo e impulsivo.

LAROYÊ EXU !


RITMOS!!!

Existe uma grande variedade rítmica num terreiro. No Candomblé, cada toque corresponde a um Orixá em especial.Os mais comuns são:

ADABI ou EGO - ritmo dedicado a Exu
ADARRUM - dedicado a todos os Orixás, também tocado para Ogum.
AGUERÊ - ritmo cadenciado quando dedicado a Oxóssi e mais rápido quando tocado para Iansã.
Considerado o ritmo mais bonito do Candomblé.
ALUJÁ - toque rápido. Dedicado a Xangô.
BATÁ - também dedicado a Xangô. Pode ser lento ou rápido.
BRAVUM - não é atribuído a nenhum Orixá específico. É rápido, repicado e bem dobrado.
IGBIM - descreve a viagem de um ancião. É extremamente lento com batidas fortes. É dedicado a Oxalufã.
IJEXÁ - calmo e envolvente. Executado para Oxum.
ILÚ ou DARÓ - tocado com aguidavis (varetas). Atribuído a Iansã.
OPANIJÉ- ritmo pesado, lento triste e quebrado por pausas. Dedicado a Obaluaê.
RUFÓ - produz irradiação no terreiro. São repiques graves e constantes.
RUNTÓ - executado com cânticos para Obaluaê, Xangô e Oxumarê. De origem Fon.
SATÓ - lento e pesado. Tocado para Nanã.
VAMUNHA, RAMUNHA, ARRAMUNHA - é tocado para todos os Orixás, executado também na entrada e saída dos filhos de santo no barracão. É rápido, contagiante e muito bonito.

FOLHAS SAGRADAS !!!

(Ewé Lará)

Aqui estão alguns nomes de folhas em Iorubá com tradução para o portugues.
Amú - sete sangrias
Atori Guiabá - goiabeira
Ataparí Óbuko - anis
Aferê - mutamba
Alapá - folha de capitão
Awô Pupa - cipó-chumbo
Arusò - alfazema
Asikuta/Efim - malva branca
Ata - pimenta malagueta
Ataare - pimenta da costa
Atopá Kun - arruda
Atórinà - sabugueiro
Awurèpèpè - agrião do Pará/pimenta d'água
Utilizamos nos rituais de iniciação os vegetais classificados como ÈRÒ. Eles tem a função de abrandar o transe, apaziguar o orixá ou acalmar o iniciado. Servem também para facilitar a possessão e excitar o orixá.
Eis as folhas sagradas:
Abafé - pata de vaca
Abamodá - folha de fortuna
Abará okê - baunilha de Nicuri
Abebé Kó - tira teima
Abebé Osun - erva capitão
Aberé - picão preto/picão da praia
Àbitolá - cambará
Àfomon - erva de passarinho
Àgbá - romanzeiro
Àpaoká - jaqueira
Àgbadò - milho
Àgbaò - imbaúba
Àgbeyè - melão d'água
Àgbon - coqueiro
Àgogo - figueira do inferno
Àjobi Oilé - aroeira comum
Àjobi Pupá - aroeira vermelha
Àjobi Funfun - aroeira branca
Akan - cará moela
Alèkesi - São Gonçalinho
Alukerese - dama da noite
Alumon - boldo paulista
Bujé - jenipapeiro
Bejerekun - pidaíba
Bàrà - melância
Bàlá - taioba
Balaba - lírio do campo
Bánjókó - bem me quer
Dandá - junquinho
Efinfin - alfavaca
Efinrin - manjericão
Efinrin Kékéré - manjericão da folha miúda
Efin - malva branca
Ejinrin ( wéwé ) - Ewerepèpé - jambo
Ewé Bábá - boldo
Ewé Boyi - beti cheiroso
ewé Lará Pupa - mamona vermelha
Ewé Lará Funfun - mamona branca
Erúyánntefé - afavaca - erva doce
Eru Oridundun - folha de fortuna
Ewé Mesan - espada de Iansã
Ewé Legbá - patchouli
Ewé Asá - louro
Ewé Danda - alfazema
Ewé Kaiá - algas marinhas
Ègé - mandioca
Ègusi - melão
Èkèlegbara - perpétua
Ekun - sapé
Elégédé - abóbora
Èpá - amendoim
Eré Tuntun - levante miúda
Eró igbin - erva de bicho
Esísí - cansa
Etába ou Asá - fumo, tabaco
Etípónilá - erva tostão
Ewé Omí Ojú - vitória régia
Ewé Bíyemi - quebra pedra
Ewé Gbúne - bredo
Ewé idá orixá - espada de São Jorge
Ewé inón - folha de fogo
Ewé isinisini - mastruz
Ewe Òwú - algoodão
Ewé iyá - pariparoba
Ewé kúkúndúnkú - batata doce
Ewé lorogum - abre caminho
Fitiba - cana fita
Gunoco - língua de galinha
Gúrófá - araçá
Ipòlerim, Ipê Erin - babosa (aloe vera)
Igí Mésàn - para raio
Irokó - gameleira branca
Irum-perlêmin - capim cabeludo
Ilerim - folha de vintém
Jamim - cajá
Jacomijé - jarrinha
Junçá - espada de OgunJá - capeba
Kaia - beti branco
Kánieri - carqueja
Kiôiô - louro
Mariwô - folha de palmeira de dendê
Makasà - Catinga de mulata
Òdundún - folha da costa óu saião
Ójuóró - erva de Santa Luzia
Òjé dúdú - guapo ou guaco
Orógbo - orobo
Obí - noz de cola
Osè Obá - abre caminho
Òsibàtà - lótus
Omin-ojú - golfo branco
Obó - rama de leite
Òmum - Samambaia de poço ou pente de cobra
Omum - bredo
Ojusaju - guiné
Olatorije - levante
Owérénjéjé - dormideira
Obaya - beti cheiroso
Oicô - folha de caruru
Péregun - pau d`agua ou pau de d`alho
Pepe - malmequer branco
Sawéwé - alecrim
Tété - bredo sem espinho
Teterégun - cana do brejo
Tepola - pega pinto

CARGOS (Ipôs) e OYÊS da Nação ketu e Subdivisões Nagôs!


Os cargos de cada ilê se diferenciam por suas raizes e nação, e ficando a critério do babalorisa do ilê a nomeação de cada cargo, dependendo da responsabilidade de cada filho da casa. Exitem casas que no entanto não se cultiva muitos cargos devido a falta dos yawos ou ekedis e ogans e etc... Não sendo os mesmos responsaveis, segundo o babalorisa da casa ; ficando assim a casa sem tal cultura e fundamentos.
Dentro de nossos principios e de nossa cultura deveriamos e vamos nos esforçar para apresentar se,mpre um candomblé de raíz, no qual devemos nos esforçar para não se perderem nossas tradiçoes mais antigas.
Ipôs e Oyês da Nação Ketu e Subdivisões Nagôs:
OGÃN : protetores civis do terreiro antigamente, hoje passa a exercer funções religiosas também. Entre os Ogans destacamos certas funções importantes e de mando dentro do terreiro, juntos com os sacerdotes (as) eles administram os terreiros.
ALAGBE: Chefe da comunidade (morada), o Onilu é o escolhido para tocar o atabaque denominado Run, possui seu Otun Alagbe e seu Osí alagbe que tocam os outros atabaques e cantam os candomblés.
PEJIGAN: Zeladores do Peji e responsáveis pelo ilê òrìsà. Posto da etni, KETU e não JEJE como se equivocam alguns desinformados.
ASOGUN: Sacrifica os animais de quatro pés (Eranko) a priori, e os outros também quando não há na casa seu Otun e seu Osí responsáveis para isso. Posto proveniente do culto de Ogún na África e sua comunidade, portanto não é de bom senso haver Asoguns de outros òrìsà e sim somente filho de Ogún é fato a condição de supremacia que esse Orixá possui sobre os Obés sendo ele mesmo Olobé, ou seja, o dono da faca e louvado antes de qualquer sacrifício para quem procede corretamente.
OLOBÉ: Que vem a ser um epíteto de Esu é comum chamar Adébo a esse oyê, possui as mesmas determinações se for feito os atos referentes a Esu dessa condição sacerdotal.
SARAPÉGBE: Era quem transmitia as decisões da comunidade, comunicando entre os terreiros, as festas e obrigações que seriam realizadas. Fazia os convites. Sara= o que corre, pé= e comunica, egbe = as coisas da comunidade, geralmente esse posto era dado aos filhos de Ogún. Hoje esta esquecida, sobretudo nas grandes cidades.
APEJÁ: Esquecido no Brasil por não haver sacrifícios de cães selvagens como na África.
ELEMASÔ : Oyê referente à casa de Osalá, é um titulo do próprio Osalá como conta seu mito, há oyê no culto para situações que envolvem seu culto como o de BABA MI ORO, faz-se necessário que o titulares sejam de Osalá.
Suas atuações não se limitam apenas a cerimônia do pilão como muita gente pensa.
AKIRIJEBÓ: Pessoas que freqüentam varias casas e não se fixam em nenhuma antigamente eram chamadas de akirijebó, também é um oye da maior importância relacionado a entregas de ebós em locais determinados.
EPÊRIN: Posto dado aos filhos do orisa Osòósí, (determinado Osòósí) e refere-se ao seu culto especifico nas casas antigas de candomblé.
OJÚ OBÁ: Posto dado às pessoas de Sàngó, seu representante maior foi nosso saudoso Pierre Fatumbi Verger que tinha esse Oye no Àsè do Opo Afonjá. Ë necessário que a casa pertença a Sàngó até mesmo para formar os outros Oye referentes à situação da casa, como mogba, maye, etc.
OJÚ ILÊ: O grande anfitrião da religião, sobretudo nas festas onde ficam encarregados de receber os visitantes e acomoda-los, quando se faz necessário ele ajuda em tudo dentro da casa na ausência dos outros Oye.
IYÁ EFUN ou BABA EFUN: são os responsáveis, pela pintura dos yawôs.
EKEDJI: Nada mais é que um numeral e significa, portanto segundo, ela auxilia a todos e na ausência das outras AJOIYÊS ela assume, algumas se destacam e são chamadas carinhosamente de mães, não só pelo filho do orisa, que a suspendeu como por toda a comunidade. As Ekedjis podem ser: IYALASÔ: Cuida das roupas... IYALÊ: Mãe da casa, auxiliar direta da Iyalorisa. Ekedi é o Ipô (cargo), depois vem o Oyê específico as condições de cada uma.
IYÁ EGBÈ- é a conselheira a primeira pessoa do asé, responsavel pela manutenção da ordem, tradição e hierarquia.
IYÁ LAXÉ- Mãe do axé a que escolhe os Oloyês de acordo com as determinações superiores.
IYÁ KEKERE- Mãe pequena do ilê ,,e esta pronta para ajudar e ensinar a todos do ilê.
OJUGBONÃ - É a mãe criadeira.
IYÁ DAGAN- Auxilia a iyamoro e vice-versa.
IYÁ BASSÉ- Responsavel pelo preparo dos alimentos, todos podem ajuda-la mas ela é a responsavel por qualquer falha no manj,ar dos Orisas.
IYÁ ROBÁ- Responsável pela esteira do iniciado e carrega a toalha do orisa para sua acessoria.
IYABA EWE- Responsavel por determinados atos em obrigações de uso de ewe.
OLOGUN- Cargo masculino que despacha os ebós das grandes obrigações.De preferência para filhos de Ogum.
OLOYA- Cargo feminino que despacha os ebós das grandes obrigações. São filhas de Oyá.
OYÊ- Ajudante do yawô, verificando todas os obrigações de ronkó.
IYÁ TOJUOMÓ- Responsável pelas crianças da casa.
BABA LOSSAYN- Responsável pelos fundamentos dos banhos e de tudo que leva folhas ou ervas e cargo de intensa responsabilidade. São filhos de Ossayn.
ALABAWY-Que trabalha na area juridica e cuida dos interesses civís do ilê.
ABIÃ- Em yorubá significa "aquele que vai nascer". Aspirante que ainda não passou pelo processo de iniciação.
IAWÔ - Iniciado. Termo que designa o noviço após a fase de reclusão iniciatória.
EBOMI - Título dado ao Iaô após sete anos de iniciação.
BABALAÔ - "Pai do Segredo". Sacerdote responsável pelos processos divinatórios.

sábado, 20 de junho de 2009

AS NOSSAS RAIZES (AXÉ OPÔ AFONJÁ).(Força Sustentada por Xangô)



Eugenia Anna dos Santos (Aninha)
Iyá Óbá Biyi (foto menor)
Fundou o Ilê axé Opô Afonjá

Maria Bibiana do Espítito Santo(Senhora) (foto maior)
Mãe Senhora do Axé Opô afonjá

A primeira iyalorixá (mãe de santo) do terreiro de religião AFRICANA, denominada Sociedade Beneficiente Cruz Santa ...OPÔ AFONJÁ, fundado em 1910, chamava-se EUGENIA ANNA DOS SANTOS, nascida na Bahia na Freguesia de Santo Antonio, além do carmo, no dia 13 de julho de 1869,filha legítima de sérgio dos Santos (Aniyó) e Lucinda Maria da Conceição (Azambriyó), ambos africanos legítimos, descendentes da nação de GRUNCIS.


Fez Xangô na rua dos Capitães, em casa de Maria Júlia Figueredo (filha da primeira Iyá Nassô), juntamente com Marcelina da Silva (Obá Toxi) e tio Rodolfo Martins de Andrade (Bamboxê), conhecido também por essa OBITIKÔ.


Passados alguns anos, e chegaso o tempo de fazer as obrigações determinadas pelos
orixás para que ela tivesse poderes suficientes afim de exerceer o cargo de uma zeladora do
Culto Afro na Bahia, ou seja, para que fosse a Iyalorixá do tradicional Axé de Ketu, de acordo
de acordo com a história, ficando conhecida por Iyá Obá Biyi. Eis porque, mesmo sendo des-
centente na nação Gruncis, fez ogodô e Afonjá na nação Ketu.

Tempos depois, devido a ter encontrado muitos tios e tias africanos de grande conheci-
mentos da religião, com eles tendo estudado, e já estar bastante preparada, foi convidada
para tomar parte no Candomblé do Engenho Velho (Casa Branca), onde fez a iniciação de uma senhora de Oxum, conhecida por Paula, juntamente com tio bamboxê, seu Babalaô.


Daí, aconteceram certos desentendimentos lá pelo Engenho Velho que obrigou Aninha a
reunir todo seu pessoal, e foi pra uma roça no Rio Vermelho, chamada (camarão), onde funcionava o terreiro de tio Joaquim Vieira (Obá Sãyá). Filho de Xangô, conhecido também
por essa Oburô, um dos maiores conhecedores das religiões africanas na época, na Bahia e
amigo inseparável de tio Bamboxê.


Mãe Aninha passou um tempo junto a eles, e fizeram a iniciação de Silvania, filha de Airá,
Ambrosina de Oxum e Andreza de Oxalá. Em seguida foi para outro terreiro no mesmo bairro, conhecido como (Santa Cruz). Durante todos esses anos ela morava na rua Capitães, onde fez a iniciação de uma iyawô de Oxalá por nome de Rosalinda. Mudando-se pouco tempo depois ou seja, em 1903, para o Cerriachito, quando fez a iniciação das seguintes iyawôs: Salustiana de Airá e Dasdores de oxossí.


Quatro anos deppois, no começo de 1907, Obá Biyi (Aninha) já estava morando na Ladeira
da Praça e no dia 4 de novembro do mesmo ano, juntamente com José Theodoro Pimentel, que
ficou como Balé Xangô do terreiro depois da morte de tio Bamboxê Obitikô, fez a iniciação das seguintes iyawôs: Feliciana de Ogum, Etevelvina de Nanã, Maria Bibiana do Espirito Santo (senhora) de Oxum, Maria Domingas de Oxum, Elvira de Xangô e Felicia do Espirito Santo
(irmã de senhora) de Xangô. dias depois entraram: júlia de Ogum, Alexandrina de Oxossi,
Isidória de Iansã, e , em seguida Roberta de Ogum, Mariquinha de Iemanjá e Miquelina de Iansã.


Passaram-se os tempos e três anos depois, mais ou menos em 1910, Aninha Iyá Obá biyi
residia na Ladeira do Pelourinho nº 77, junto á Igreja de N. senhora do Rosário, onde tinha posi-
ção de destaque, não só nas irmandades alí existentes, como também na Igreja da Barroquinha.
foi quando, por ordem de seu Eledá (ou anjo da guarda) Xangô, comprou uma roça no Alto de
São Gonçalo do Retiro, onde organizou seu terreiro denominado AXÉ OPÔ AFONJÁ, fazendo
uma grande casa para todos os santos e as pessoas velhas que a acompanhavam, e realizando a
inauguração do novo terreiro, com a iniciação de Agripina souza de Xangô. Agripina é hoje a
Iyalorixá do Axé Afonjá existente no Rio de Janeiro. Situado e funcionando em Coelho da Rocha,
Estado do Rio de Janeiro,Axé que lhe foi dado pela velha Aninha e que é uma espécie de sucursal
carioca do AXÉ OPÔ AFONJÁ, casa matriz de onde ela nasceu.


No dia 27 de Agosto de 1911, já com tudo um pouco organizado, foi feita a iniciaçao de
Vevelha da Oxum, e no dia 7 de Setembro, a de Inezinha de Oxalá e Faustina de Iansã. A essa
altura Iyá Obá Biyi já estava com 23 pessoas iniciadas por sua mão (sem contar com as que
foram iniciadas em casas particulares, e outras dentro do axé, cujos os nomes não chegaram ao
conhecimento do público por motivos ignorados), e com 20 homens entre Alabês, Axoguns,
Ogans etc... Existia também uma grande quantidade de pessoas sem postos na casa, que faziam parte e acompanhavam todo ritual do Axé. daí, iyá obá Biyi, com sua boa vontade, seu espirito
batalhador e a ajuda de todos que a acompanhavam, continuou a construir o Axé, fazendo casas
nos assentamentos já existentes para Exú, para Oxalá, para Iemanjá Ilé Iyá, onde Mãe Aninha
adorava Iyá Ilé Gruncis ( a mãe da terra de Gruncis na Africa ),outra para Obaluayê, a de oxossi
e a casa de ILÊ IBÓ IKU ( casa de veneração aos mortos ), que ficou situada perto de Obaluayê,
pelo lado de baixo da roça.


Em 1921, Iyá Obá Biyi, Aninha, foi para casa de José Theodoro Pimentel (balé Xangô ),
em Itaparica, fazer a iniciação da filha do dono da casa Ondina Váleria Pimentel, filha de Oxalá,
atual Iyá kekerê do Axé, de senhora filha de Xangô, filinha de oxum, júlia de iemanjá e Vivi de Obaluayê. Tirou esse barco de Iyawôs a ajuda da sua irmã de santo, Fortunata de Oxossi

(Dagan), mãe legítima de Silvânia, filha de Airá, a Iyamorô do referido AXÉ OPÔ AFONJÁ.


Três meses depois de obrigações dessas iyawôs, Iyá Obá Biyi voltou a Salvador, para sua casa, na Ladeira do Pelourinho, onde tinha uma quitanda bem sortida de todos os ingredientes africanos e brasileiros para seu uso e para vender também as demais pessoas que precisavam e procuravam comprar em suas mãos, para os devidos fins, nos respectivos terreiros de religiões africanas. Os
anos foram se passando, as festas e obrigações para os santos do Axé eram sempre feitas de acordo com o rito preciso, até mesmo quando ela viajava para o Rio de Janeiro e deixava o Axé
entregue aos cuidados da Iyamorô, Dagan, de Senhora de Oxum, que nessa época era Osí Dagan.
De volta a Bahia, reiniciando os frestejos de seus orixás, depois de ter feito obrigações para várias pessoas da casa já falecidas, de ter mandado desmanchar o referido barracão de palha situado em frente a casa de Oxalá, e construir um outro bem maior, mais acima, ao lado da atual porteira, com acesso ao terreiro, para as festas de Xangô, que são realizadas no dia 29 de Junho. Foi então que Mãe Aninha, com seus conhecimentos e autoridade, designou e confirmou os 12 Obás do Axé,
ou seja os 12 Ministros de Xangô, a tradição da religião só conservada na Bahia no Axé Opo Afonjá. Os Obás, alta dignidade do Axé, se divide-se em 6 Obás da Direita (Otun Obá), com voz e
voto, e 6 Obás da Esquerda (Osí Obá), estes apenas com direito de voz.



Os Obás da direita são os seguintes: Obá Abiodum, Obá Aré, Obá Arolu, Obá Telá, Obá Odofin,
Obá Kankanfo.


Os Obás da esquerda são: Obá Onãsokum, Obá Aresá, Obá Elérin, Obá Onikoyi,

Obá Olugbon,Obá Xôrun.

O restabelecimento da antiga tradição dos obás de Xangô, veio dar ainda maior prestigio ao OPÔ AFONJÁ e desmonstar as qualidades e conhecimento da Iyalorixá Aninha Obá Biyi.

Foi organizada então a Sociedade Civil com nome sociedade Benefiente Cruz Santa Opô afonjá, tendo como Presidente de Honra o Sr. Martiniano Elizeu do Bonfin (Ajimudá), e sendo a primeira
diretoria como se segui: Prtesidente Arkelão de Abreu (Obá abiodum), Vice-Presidente Miguel A.
de Sant`Anna (Obá Aré), Secretário Tibúrcio Muniz (Ogã Iie Ogum), Tesoureiro Jacinto Souza
(Obá Odofin).

No dia 3 de Janeiro de 1938, as nove horas, Iyá Obá biyi reconheceu a hora da morte, uma vez que, devido aos seus profundos conhecimentos,estava ciente de seu fim tinha até e tinha até roupas prontas para o seu enterro. chamou então seu neto Asobá (Obá Aré), Miguel A. de Sant ` Anna , e a Osí dagan a senhora. Chegaram imediatamente e se apresentaram ao lado da cama onde ela se encontrava. Obá abiodum, fica como Presidente da Sociedade, e você eu quero que
fique ao lado de Osí Adagan. Logo em seguida, ela virou a lingua e falou em iorubá, dizendo algumas coisa que nenhum dels entendeu. então ela disse: "Não sabem o que perderam". E pediu
que a levassem para casa de Iyá, onde depois de ter feito alguns preceitos com o cuidado e o auxilio da maior parte das suas filhas de santo que lá se encontravam, alguns Obás e ogãns também presentes. Aí perdeu a fala e veio a falacer as 15 horas, na presença de seu médico assis-
tente Dr. Rafael Menezes, que ainda chegou a tempo de vê-la dar seu último suspiro aos 69 anos de idade.

Depois de terem sido realizados todas as obrigações e preceitos de acordo com regulamento da religião, e estando tudo regularizado dentro do Axé Opô Afonjá. Maria Bibiana do Espírito Santo
(Senhora), filha legítima de Felix do Espírito Santo e de Claudiana do Espírito Santo, nascida no
dia 31 de Março de 1890, na Ladeira da Praça em Salvador. Ficou como era de direito, devido a
sua tradicional família da nação Axé Ketu, com o título de Iyalaxé Opô Afonjá (Mãe de Santo do
Axé opô Afonjá), dirigindo os destinos do terreiro juntamente com uma senhora filha de africanos,
muito amiga de Iyá Obá Biyi (Aninha), por nome de Maria da Purificação Lopes (Badá Olufan Deiyi).

As duas puseram o Axé a funcionar, e no dia 26 de Junho de 1939, deu-se a inauguração
da nova casa de veneração aos mortos, que foi construida para as obrigações da finada Aninha (Iyá Obá Biyi), junto ao cruzeiro que há no terreiro. Fizeram também a iniciação das seguintes pessoas : honorina de Ossãe, José e Hilda de Xangô, Senhorazinha e Dacruz de Oxum, Izabel de Iansã. Três dias depois, Fortunata e Antonieta de Obaluayê, Dulcina e Benzinha de Iemanjá. Entrou também com o espaço de três dias depois dessas, Estela de Oxossí. No mesmo ano de 1939, foi feita uma casa para Ogum, reiniciaram-se as obras do novo barracão da casa de xangô.

Em Agosto de 1952, chegou Pierre Verger da África, Trazendo um Xeré Edum Ara Xangô, que lhe foi entregue na Nigéria por Onã Mogbá, por ordem do Obá Adeniran Adeyemi, 2° Alafin Oyó,
para entregar Maria Bibiana do Espírito Santo (Senhora), juntamente com uma carta dando-lhe o título de Iyá Nassô, título que foi confirmando no barracão do Axé Opô Afonjá, no dia 9 de Agosto
de 1953, com a presença de todos os filhos da casa, comissões de vários terreiros, intelectuais,
amigos da religião, escritores, jornalista etc. Esse fato marca o reinicio das antigas relações religiosas entre África e Bahia, continuadas e ampliadas posteriormente, mantendo Mãe senhora um permanente intercâmbio de presentes e mensagens com Reis e personalidades da religião na África.


No dia 4 de Novembro de 1958, Senhora como é mais conhecida a Iyalorixá Iyá Nassô,

completou 50 anos de iniciação no santo, quando foi realizada uma grande festa, com representantes de todas as camadas sociais, inclusive o Exmo. Sr. Dr. Juscelino Kubitschek, Presidente da Replúbica. Nesta ocasião quem falou em nome do Axé foi Obá Otum Arolu, escritor Jorge amado.

Essa foi uma pequena pesquisa feita por mim, com a finalidade de tomarmos conhecimentos dos
fundamentos e princípios de nossa raíz de santo. Como também para não ficarmos COSSÍ-BETÓ
quando alguém falar sobre o nosso AXÉ.


Babalorixá. Wallace de Osogiyan.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

FOLHAS !!!

Apesar do axé de todas as folhas pertencer a Ossain, todos os orixás possuem suas próprias folhas, algumas para usos iniciáticos, outras para banhos, outras para pós, algumas tão quentes ou tão frias, que seu uso não é recomendável, algumas somente para feitiços, etc. Cada tipo de folha pode pertencer a mais de um orixá.


CLASSIFICAÇÃO:


1) São divididas por elementos, a saber:

EWÉ AFÉEFÉ – folhas de ar

EWÉ INÓN – folhas de fogo

EWÉ OMIN – folhas de água

EWÉ ILÉ ou IGBÓ – folhas de terra



Essa divisão remonta à classificação dos orixás por elementos, apesar de sabermos que os orixás podem ter, e efetivamente possuem, folhas pertencentes a todos os elementos. A chave é o equilíbrio. Só para lembrar, a divisão dos orixás por elementos é:ORIXÁS DE FOGO: Exú, Ogum, Xangô, Oyá.ORIXÁS DE TERRA: Ogum (o ferro), Oxóssi, Omolú/Obaluaê, Nanã.(lama = terra + água), Oxumarê e Logun.ORIXÁS DE ÁGUA: Iemonjá, Oxum, Nanã, Oxumarê, Logun, Obá, Yewá, Oxalá (nas chuvas finas).ORIXÁS DE AR: Oyá, Oxalá (nas nuvens e no céu), Oxumarê (no arcoíris).




Devemos ter em mente que esta classificação é genérica, pois não leva em consideração que, em suas qualidades, os orixás se relacionam com outros orixás e, conseqüentemente, com outros elementos. Por exemplo, Oyá Onira = fogo + ar + água = água fervente ou vapor d’água; Ogum Alagbedê = fogo + ar = ferreiro do céu; Odé Inle = terra + ar + água, etc. Por isso, é aconselhável o uso equilibrado dos quatro elementos num amaci/abô/omieró, principalmente no que diz respeito aos rituais iniciáticos.




Outra classificação diz respeito à polaridade das folhas, determinada normalmente por seu formato, onde temos:




EWÉ APA ÒTÚN X EWÉ APA ÒSÍ


Folhas da direita Folhas da esquerda.

Masculinas Femininas.

Formas alongadas/fálicas Formas arredondadas/uterinas.

Geralmente, de fogo ou ar Geralmente de água ou terra.



Também se considera as condições de: excitação (gùn) ou calma (èrò)

geradas pelas folhas, que é de extrema importância.



GUN X ÈRÒ




Folhas de fogo ou terra, Folhas de ar ou água, que Facilitam a possessão e excitam ou abrandam o transe e acalmam o orixá e a pessoa.


Volta-se a frisar, o equilíbrio é fundamental.



Em banhos (amacis – banhos frescos, ou abôs – banhos de fundamento do axé) é necessário analisar as condições da pessoa e de seu orixá. Se o banho é para pessoa /orixá muito calmo, usam-se algumas folhas GUN, para equilibrar a energia. Se for ao contrário, usa-se algumas folhas ÈRÒ.



Geralmente, usam-se 7 folhas para banhos de Exú e 16 para os banhos de orixás, mantendo-se sempre a harmonia e o equilíbrio dentre os elementos já descritos.




Nos abôs ou amacis de iniciação, procuramos sempre usar oito folhas fixas e 8 que variam de acordo com o orixá pessoal do novo iaô.


Peregun – masculina, gùn, terra

Colônia – masculina, èrò, terra

Oriri – feminina, èrò, água

Macassá – feminina. gùn, água

Cana do Brejo – masculina, gùn, ar

Carurú s/Espinho – feminina, èrò, terra

Beti Branco – feminino, èrò, água/ar

Elevante – feminino, gùn, água


OBS: Todo banho (seja amaci ou abô) com fins rituais deve ser de erva fresca, colhida na parte da manhã com os devidos cuidados e rituais, quinado e devidamente rezado e imantado com uma vela acesa durante a sua preparação.





DIVISÃO DAS FOLHAS POR ORIXÁS.



OBS: As folhas grifadas em itálico são as de uso mais freqüente em banhos, iniciações ou lavagens de assentamentos e afins.



EXÚ

Picão, cambará, erva do diabo ou figueira do inferno, aroeira vermelha, dormideira, pimentas (quaisquer), arruda, olho de gato, carrapicho, tiririca, alfavacão, perpétua, sapê, cansanção, trombeta roxa, urtiga, maconha, branda-fogo ou folha de fogo, vassourinha ou mastruz, mamona vermelha, corredeira, coroa de cristo, cana de açúcar, arrebenta cavalo, bico de papagaio, azevinho, carurú ou bredo com espinho, tento de Exú, comigo ninguém pode, assafétida, erva de bicho, espinheiro, erva grossa, losna, hortelã pimenta, mandacaru, cacto, palmatória de Exú, pau d’alho, fortuna, patchouli, babosa, assa peixe, avinagueira, barba de diabo, fedegoso, garra de diabo ou garra de Exú ou unha de Pomba Gira, Jamelão, jurubeba, sempre viva, tinhorão roxo.



OGUM

Romã, milho, aroeira branca, akoko, alumã, visgo, sumaúma, cipó chumbo (Ogunjá), lírio do brejo, pinhão branco ou roxo, tiririca, sapê, capixaba, espada de São Jorge, lança de São Jorge, abre-caminho, guiné, guiné pipiu, cajazeiro, dendezeiro ou màriwò, babosa, oficial de sala, folhas de inhame cará, dandá da costa (capim e raiz), mangueira (principalmente espada), vence demanda ou vence tudo, peregum verde, agrião do brejo ou erva botão ou pimenta d’água), carurú sem espinho, araçá, costela de adão, eucalipto, goiabeira, espinheira santa, São Gonçalinho, alfavaquinha, beldroega, camboatá, canela de macaco, capim limão, cordão de frade ou São Francisco, erva tostão, erva de bicho, língua de vaca, losna, mutamba, pé de pinto, mal me quer, coqueiro, carrapeteira.



OXÓSSI

Folhas de milho, folhas de coqueiro, murici, akoko, São Gonçalinho (principalmente os mais guerreiros), visgo, pinhão branco e roxo, carrapicho, chifre de veado, dandá da costa, sapê, taioba (principalmente Odé Inle), rama de leite, lágrima de Nossa Senhora, guiné, guiné pipiu, acácia ou chuva de ouro, folhas de guaximba ou língua de galinha, jasmim manga, carqueja, jurubeba, capim limão, cordão de frade ou São Francisco, caiçara, guapo, colônia, alecrim do mato ou do campo, araçá, cajueiro, cipó caboclo, erva curraleira, espinheira santa, juremeira, nicurizeiro, erva passarinho, chapéu de couro, assa peixe, alfavaca, carurú sem espinho, cana fita, capeba, groselha, ingá, língua de vaca, peregum verde, pitanga.




OSSAIN

OBS: Apesar de todo axé das folhas, e por conseqüência, todas as folhas, pertencerem a Ossain, as folhas de fundamento do orixá e de uso mais comum para ele são:Baunilha de nicuri ou nicurizeiro, tira teima, umbaúba branca, aroeira, akoko, cipó milomi ou jarrinha, balainho de velho, aridan (folhas e favas), pimenta da costa, cipó chumbo, bejerecum (folhas e favas), dandá da costa, andará (folhas e favas), sapê, hibisco vermelho ou branco dobrado, trombeteira, quebra-pedra, erva pombinho, mamona, rama de leite, lágrima de Nossa Senhora, erva vintém, pitangueira, jurubeba, ingá, obi, guapo, orobô, patioba, peregum (verde ou rajado), barba de São Pedro ou sene, carrapicho, erva pita, araçá, jureminha, cacau, café, carobinha, chapéu de napoleão (folhas), erva andorinha, losna, olho de boi (folhas), louro, alecrim, alfavaquinha, amendoeira, beldroega, canela de macaco, erva tostão, folhas de ficus, folhas de fumo, mal me que, língua de galinha ou guaximba.




OMOLÚ/OBALUAÊ

Pata de vaca branca, erva passarinho, sete sangrias, rabujo, sabugueiro, cipó chumbo, jenipapo, alfavaca, canela de velho, melão de São Caetano, quebra pedra, erva moura, gervão, mostarda, cipó cabeludo, transagem, juá de capote, fedegoso, maria preta, olhos de santa luzia ou marianinha, coreana, coroa de cristo, babosa, barba de velho, jequitirana, cordão de frade ou de São Francisco, vassourinha, barba de boi, erva pita, erva de Sta. Maria, carobinha, cinco chagas, copaíba, coqueiro de purga ou de catarro, erva andorinha, erva de bicho, erva grossa, pau d’alho, kitoko, velame, viuvinha, cana do brejo, alumã, beldroega vermelha, crisântemo, confrei.




OXUMARÊ

Erva passarinho, língua de galinha ou guaximba, dormideira, amendoim, folha da riqueza (fortuna ou dólar ou dinheiro em penca), jibóia, folhas de batata doce, maria preta, bananeira, vitória régia, oxibatá, tomateiro, trancinha de Oxumarê, melão de São Caetano, coqueiro de Vênus, mutamba, parietária, rama de leite, cipó milomi ou jarrinha, arrozinho, melancia, ojuorô, samambaia de poço ou pente de cobra, folhas trepadeiras, de um modo geral.




IROKO

Gameleira branca ou Iroko, abiu, barba de velho, cajueiro, colônia, jaqueira, mãe boa, cipó milomi, noz moscada, folhas de fruta pão, graviola, bananeira, mangueira, castanha do Pará, erva pita, árvores centenárias de grande porte.




XANGÔ

Fortuna, cambará, romã, umbaúba branca ou vermelha, tamarindo, jaqueira, erva de São João, alfavaca, xanan (aipim ou carurú sem espinho – para Barú), erva tostão, pimenta de macaco, carurú sem espinho ou Oyó, branda fogo ou folha de fogo, azedinha ou avinagueira, campainha, jaborandi, crista de galo, gerânio cheiroso, capim fino, flamboyant, carrapeteira, cinco chagas, capim limão, alibé de Xangô (folhas e favas), orobô, castanha do Pará, vence demanda, oxibatá vermelho, urucum, cascaveleira ou xique-xique, cajueiro, camboatá, cruzeirinho, manjerona, negra-mina, salsaparrilha, iroko ou gameleira branca, kitoko, lírio vermelho, lírio branco, elevante, aroeira, beijo vermelho, capeba, erva prata, jarrinha ou cipó milomi, malva, para-raio, panacéia, mangericão roxo, pena de Xangô.



OYÁ

Pata de vaca rosa, fedegoso, aroeira, dormideira, pinhão branco e roxo, bambú (folhas), maravilha, trombeta rosa, erva tostão, erva prata, espada de Sta. Bárbara, lança de Sta. Bárbara, branda fogo ou folha de fogo, campainha, mutamba, gerânio cheiroso, taquari, fruta pão, para-raio, flamboyant, quiabo, amora, maracujá, cinco chagas, oxibatá rosa ou vermelho, crista de galo, erva santa, jaborandi, peregum rajado, língua de vaca, umbaúba vermelha, carurú sem espinho, canela de macaco, capeba, erva passarinho, cipó milomi ou jarrinha, malva rosa, negra mina, parietária, rama de leite, taioba branca.



OXUM

Erva capitão ou abebê d’Oxum, picão, melão d’água, cipó milomi ou jarrinha, lavanda, vassourinha de relógio, pimentinha d’água ou oripepê, bem me quer, mangericão branco, melão, aguapé, elevante, hibisco, beti cheiroso ou aperta ruão, beti branco, sândalo, carurú sem espinho, cana de jardim, brilhantina, trevo de quatro folhas, mal me quer ou calêndula, erva cidreira, pata de galinha, capim fino, jambeiro rosa, erva vintém, erva doce, pitangueira, mãe boa, macassá ou catinga de mulata, girassol (pétalas), erva de Sta. Luzia, oxibatá amarelo ou branco, oriri, vassourinha d’Oxum, canela, alface, assa peixe, cabelo de Vênus, flor de ouro ou botão de orunmilá, cajueiro, cravo, dinheiro em penca, dólar, jasmim, tapete d’Oxum, poejo, colônia, lótus, melissa, flor de laranjeira, alfazema, lírio, agoniada, amor do campo, capeba, malva branca, parietária, rama de leite.



LOGUN

Combinação das folhas de Oxóssi e Oxum (verificar os caminhos para haver o equilíbrio) + Coqueiro de Vênus, chifre de veado, comigo ninguém pode verde, peregum rajado.




YEWÁ

Maravilha, batata de purga, cana de jardim ou bananeira de jardim, oxibatá lilás, tomateiro, dormideira.



OBÁ

Vitória régia, oxibatá vermelho, tangerina, rosa vermelha.



IBEJI

Sapoti, flamboyant, quiabo, cana de açúcar, maracujá, bananeira, abacaxi, araruta, poejo, uva.



IEMONJÁ

Melão d’água, coqueiro, lírio do brejo, melancia, mangericão branco, elevante, maricotinha, beti branco, beti cheiroso, erva da jurema, erva prata, carurú sem espinho, capeba, pariparoba, taioba branca, mostarda, lágrima de Nossa Senhora, salsa de praia, azedinha do brejo ou erva saracura, mãe boa, macassá, emília, pandano (Iamacimalé), oxibatá branco, vassourinha, árvore da felicidade (Iamacimalé), colônia, agrião d’água, camboatá (Iamacimalé), rosa branca, uva, verbena, umbaúba branca, algas, panacéia, alfazema, macela, aguapé, condessa, dandá do brejo, malva branca, papo de peru, rama de leite, araçá da praia.



NANÃ

Pata de vaca branca ou rosa ou lilás, erva passarinho, espelina falsa, língua de galinha ou guaximba, taioba, aguapé, melão de São Caetano, baronesa ou jacinto d’água, mostarda, cipó cabeludo, maria preta, balaio de velho, marianinha, xaxim, azedinha do brejo, mãe boa, batatinha, guacuri, oxibatá lilás, arnica do campo, manacá, quaresmeira, viuvinha, umbaúba branca e roxa, vassourinha, alfavaca roxa, avenca, broto de feijão, cana do brejo, capeba, cipreste, cipó milomi ou jarrinha, macaé, rama de leite.



OXALÁ

Fortuna, coqueiro, tamarindo, dama da noite, trombeta branca, oripepê, manjericão branco, erva de bicho ou folha de igbi, guando, boldo ou tapete d’Oxalá, beti branco, beti cheiroso ou aperta ruão, erva prata, mamona branca, brilhantina, parietária, mutamba, lágrima de Nossa Senhora, beldroega, trevo de quatro folhas, algodão, alecrim, fruta pão, mamoeiro, cabaceira, graviola, dendezeiro, salvia, língua de galinha ou guaximba, erva vintém, azedinha do brejo, gameleira branca, folha de inhame cará, macaé, cinco chagas, ingá, macassá, saião, emília, bananeira, guapo, língua de vaca, oxibatá branco, oriri, chapéu de couro, carurú sem espinho, cana do brejo, amendoeira, bálsamo, espinheira santa, benjoim, erva doce, colônia, lírio branco, jasmim ou junquilho, mirra, noz moscada, pixurin, uva verde, maria sem vergonha branca, oliveira, elevante, beldroega, louro, malva branca, paineira.



quarta-feira, 17 de junho de 2009

( A LENDA DO OBÍ )


Olodunmare chama os homens para retornarem ao seu lar, porém nem mesmo a morte é capaz de apagar as lembranças os feitos de grandes homens.
Obi é um elemento muito importante no culto de Vodun, Orisa e Nkise. A noz de cola, Obi, é o símbolo da oração no céu.
É um alimento básico, e toda vez que é oferecido, o seu consumo é sempre precedido por preces.
Foi Orunmila quem revelou como a noz de cola foi criada.
Quando Olodunmare descobriu que as divindades estavam lutando umas contra as outras, antes de ficar claro que Esu era o responsável por isso, Ele decidiu convidar as quatro mais moderadas divindades (Paz, a Prosperidade, a Concórdia e Aiye, a única divindade feminina presente), para entrarem em acordo sobre a situação.
Eles deliberaram longamente sobre o motivo de os mais jovens não mais respeitarem os mais velhos, como ordenado pelo Deus Supremo.
Todos começaram então a rezar pelo retorno da unanimidade e equilíbrio. Enquanto estavam rezando pela restauração da harmonia, Olodunmare abriu e fechou sua mão direita apanhando o ar.
Em seguida abriu e fechou sua mão esquerda, de novo apanhando o ar.
Após isso, Ele foi para fora, mantendo Suas mãos fechadas e plantou o conteúdo das duas mãos no chão.
Suas mãos haviam apanhado no ar as orações e Ele as plantou. No dia seguinte, uma árvore havia crescido no lugar onde Deus havia plantado as orações que Ele apanhara no ar.
Ela rapidamente cresceu, floresceu e deu frutos.
Quando as frutas amadureceram para colheita, começaram a cair no solo.
Aiye pegou-as e as levou para Olodunmare,e Ele disse a ela para que fosse e preparasse as frutas do jeito que mais lhe agradasse.
Primeiro, ela tostou as frutas, e elas mudaram sua textura, o que as deixou com gosto ruim.
No outro dia, Ela pegou mais frutas e as cozinhou, e elas mudaram de cor e não podiam ser comidas. Enquanto isso, outros foram fazendo tentativas, no entanto todas foram mal sucedidas.
Foram então até Olodunmare para dizer que a missão de descobrir como preparar as nozes era impossível.
Quando ninguém sabia o que fazer, Elenini, a divindade do Obstáculo, se apresentou como voluntária para guardar as frutas.
Todas as frutas colhidas foram então dadas a ela. Elenini então partiu a cápsula, limpou e lavou as nozes e as guardou com as folhas para que ficassem frescas por catorze dias.
Depois, ela começou a comer as nozes cruas.
Ela esperou mais catorze dias e depois disso percebeu que as nozes estavam vigorosas e frescas.
Após isso, ela levou as frutas para Olodunmare e disse a todos que o produto das preces, Obi, podia ser ingerido cru sem nenhum perigo.
Deus então decretou que, já que tinha sido Elenini, a mais velha divindade em Sua casa quem conseguiu descodificar o segredo do produto das orações, as nozes deveriam ser dali por diante, não somente um alimento do céu, mas também, onde fossem apresentadas, deveriam ser sempre oferecidas primeiro ao mais velho sentado no meio do grupo, e seu consumo deveria ser sempre precedido por preces.
Olodunmare também proclamou que, como um símbolo da prece, a árvore somente cresceria em lugares onde as pessoas respeitassem os mais velhos.
Naquela reunião do Conselho Divino, a primeira noz de cola foi partida pelo Próprio Olodunmare e tinha duas peças.
Ele pegou uma e deu a outra para Elenini, a mais antiga divindade presente. A próxima noz de cola tinha três peças, as quais representavam as três divindades masculinas que disseram as orações que fizeram nascer a árvore da noz de cola.
A próxima tinha quatro peças e incluía assim Aiye, a única mulher que estava presente na cerimónia.
A próxima tinha cinco peças e incluiu Orisa-Nla.
A próxima tinha seis peças representando a harmonia, o desejo das orações divinas.
A noz de cola com seis peças foi então dividida e distribuída entre todos no Conselho.
Aiye então levou a noz de cola para a Terra, onde sua presença é marcada por preces e onde ela só germina e floresce em comunidades humanas onde existe respeito pelos mais velhos, pelos ancestrais e onde a tradição é glorificada.